segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Cap 16 - Eu e você no lago!


Você consegue perceber quando algo dentro de você está mudando? Consegue notar que seus pensamentos não têm mais poder do que os sentimentos que gritam do seu coração?
Por que será que esse tempo juntos está mudando Lia de uma forma que ela não consegue deixar de temer?

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"— Relaxa e dorme sua caipira idiota! — Rikku diz ríspido.
— Idiota é você Ri-chan... — Ela se sente um pouco melhor e enfim consegue dormir relaxadamente! "
Depois do dia tenso de ontem, Lia enfim acorda e vai para a mesa tomar seu café da manhã. Vovó Zira sempre fez questão de Lia comer bem. Então essa encheu a mesa com uma variedade de coisas que Lia adora, incluindo a deliciosa geleia de amora que só Vovó Zira sabe fazer!
— Waaaa! A geleia de amora! Eba! — Lia exclama feliz.
— Sim minha querida, quando você me avisou que viria, não pude deixar de fazê-la. Agora ande, e vá acordar o Rikku-kun para tomar café. Vocês não vão passear pela cidade hoje? Se ele continuar a dormir vai perder boa parte da manhã.
— Ah, sim! — Lia diz isso voltando para o quarto para acordar Rikku. “Mas que folgado preguiçoso!” ela pensa.
Lia abre a porta e vê Rikku ainda deitado. Ela chega perto, ele aparenta estar dormindo feito um anjo. Lia se da conta de que está olhando para ele toda corada.
— Vamos Ri-chan! Acorde! — Ela puxa o cobertor — Está tão quente, como você aguenta?
Rikku vira para o lado gemendo e volta a dormir. Isso provoca um pouco Lia. “Aé? Você vai ver só!” ela pensa.
Lia sobe na cama de Rikku e monta em cima dele, chega bem perto do ouvido dele e assopra de leve. Ao mesmo tempo Rikku estremece, abre os olhos sonolento, mas logo os arregala gritando.
— Ma-ma-mas o que você está fazendo?! — Ele pergunta aos berros tentando se afastar.
— Tentando te acordar, seu preguiçoso. — Lia responde de cara fechada saindo de cima dele e descendo da cama.
— V-você me assustou... — Ele afirma ainda de olhos arregalados com a mão na orelha.
— Eu te disse que te pegaria desprevenido, não disse? Agora levanta logo, estou te esperando para tomar o café para gente sair! — Ao dizer isso Lia sai do quarto e fecha a porta. Ela para do lado de fora um pouco tímida, ainda duvidando do que teve coragem de fazer.
Assim que Rikku sai do quarto eles tomam o café da manhã, recheado de coisas saborosas feitas no campo.
— A comida caipira realmente é deliciosa! — Rikku comenta terminando de comer.
— Então está dando o braço a torcer pelos caipiras é? — Lia provoca sorrindo.
— Hahaha que bom que vocês gostaram. Já que terminaram podem ir, eu arrumo tudo. — Vó Zira diz.
Lia e Rikku então saem agradecendo.
Já caminhando pela estradinha de terra no meio dos campos verdes, Lia nota que Rikku está muito bonito, na verdade se vestiu de uma forma tão fofa que está mais parecido com uma garota do que o normal. Mas ela acaba não comentando nada, já que ela realmente acha que ele está muito lindo.
— Então, aonde vamos? Espero que você me leve a algum lugar divertido, se não você vai pagar caro caipira. — Rikku ameaça já de nariz em pé.
— Para de ser chato, a vista aqui já compensa a caminhada — Rikku a olha de cara espantada e feia — e antes que reclame, não, a gente não vai ficar caminhando, já sei onde te levar. Você vai gostar... Eu acho...
— É bom mesmo.
Eles caminham por mais alguns minutos e então chegam num rio muito lindo, transparente. Rikku perde a cara espremida e sorri com a refrescante brisa que vem do rio.
Logo a frente tem uma casinha com algumas canoas. Um senhor está logo à frente com uma vara de pesca.
— Vovô Antonio! — Lia cumprimenta o senhor. Ela então explica a Rikku que ele é um conhecido da família de anos. Então Lia pede uma canoa emprestada para um passeio, e como o vovô Antonio é super bonzinho, claro que empresta!
Rikku faz um draminha para subir na canoa, afinal nunca andara em uma.
— C-caipira você realmente sabe andar nisso? — Ele pergunta já se sentando
— Fique quieto e observe.
Então Lia dá um remo a Rikku, esse que reclama. E os dois seguem de canoa pelo rio.
Logo Rikku pega o jeito, ainda mais pelo fato de que eles estão indo super lentamente.
— E então, o que acha disso? — Lia pergunta parando um pouco de remar.
— É... Você conseguiu me surpreender. Nunca me imaginei remando. — Ele confessa sorrindo.
— Que pena que a Brenda-chan só vem amanhã, ela vai ficar reclamando de não ter remado. — Lia diz aos risos.
— É uma pena... Mas ao mesmo tempo é bom...
— Bom? Como assim? — Lia pergunta curiosa.
— H-hum... Por nada. — Rikku encerra.
Eles continuam remando, até chegar num local onde tem um grande campo de flores coloridas. Lá eles amarram a canoa e vão explorar os tipos de flores.
Já caminhando pelo campo Lia acaba assumindo — Eu sempre quis compartilhar esse lugar com alguém especial!
Rikku a olha de canto de olho. — Você nunca veio aqui com ninguém?
Lia para olhando para o campo e responde. — Não. Eu só vinha aqui quando brigava com meu padrasto. Toni sempre me perguntava aonde eu ia. Eu sempre falava que era um lugar mágico e secreto. Eu nunca contei aonde era para eles. Esse lugar sempre me confortava. — Ela confessa.
— E por que você quis mostrar ele para mim? — Rikku pergunta sério olhando para Lia.
Lia deixa de olhar para o campo e então olha para Rikku. — Você acredita que não faço ideia...?
Rikku então pega sua câmera e aponta para Lia.
— O-o que? — Ela pergunta tímida.
— Quero tirar uma foto sua aqui. — Rikku assume com as bochechas rosadas.
Lia então para fazendo uma tímida pose de costas para as flores e Rikku tira a foto. Ela sente seu coração apertado... “Ele me disse para agir naturalmente, então eu vou agir!” ela pensa.
— Não é justo! Eu quero tirar uma foto com você do meu lado. — Lia reclama fazendo biquinho.
Rikku fica mais rosado. Mas vai para perto dela novamente a abraçando e tira outra foto.
— Eu vou querer cópia dessas fotos depois viu? — Ela enfim assume algo que estava guardando para si.
— Eu faço um álbum para te dar. — Ele a olha ainda abraçado sorrindo.
Eles então continuam caminhando e tirando fotos. Depois de umas horas dão uma parada para lanchar do piquenique que vovó Zira fez.
— Ahhh eu estava com tanta saudade dessa geleia, que parece que faz uma eternidade que não a como. — Lia se espreguiça feliz e satisfeita depois de comer.
Ela é surpreendida quando Rikku se aproxima colocando de leve a mão em sua boca.
— Você está com a boca suja de geleia, caipira... — Ele avisa a limpando.
Lia sente os dedos dele tão quentes e suaves em sua boca, que instantaneamente seu coração dispara fazendo suas bochechas virarem um tomate. Assim que ele passa os dedos tirando a geleia da boca de Lia, ele lambe os próprios dedos com a geleia.
“Ah não, de novo Ri-chan me atormentando!” ela pensa. Mas mesmo assim não consegue se afastar. Rikku nota que novamente o clima ficou estranho e se afasta disfarçando.
Eles andam por mais algumas horas e acabam passando a tarde toda nesse lindo campo. Mas quando reparam que está entardecendo resolvem voltar.
Dessa vez remam um pouco mais rápido, pois notam que o céu está bem fechado com nuvens escuras. Sim logo mais choverá.
Eles conseguem chegar do outro lado e entregar a canoa antes de começar a chover.
Assim que começam a caminhar pela estrada de terra para voltar, uma fina garoa começa a cair.
— Que droga eu não trouxe guarda chuva! — Rikku reclama.
— Não se preocupe — Lia tirava uma sombrinha de dentro de sua cesta de piquenique — eu trouxe isso por precaução.
— Que sorte uma sombrinha... — Rikku debocha.
— Melhor que nada. E fora que é só uma garoinha. — Mas assim que Lia termina de abrir a sombrinha, uma grande tempestade começa a cair.
Rikku logo vai para baixo da pequena sombrinha junto de Lia. — Só uma garoinha — Ele debocha de cara fechada.
— Ficar reclamando aqui não vai levar a nada. Vamos voltar logo. — Lia convida.
Rikku fica um pouco tímido de dividir um minúsculo guarda chuva com Lia. Pois para eles não se molharem terão que ficar bem perto.
Eles começam a andar rápido, mas logo Lia nota que Rikku está se molhando todo. Ela avista sua antiga escola. Lá perto tem uma sobra de telha do telhado. Nada grandioso, para se proteger tem que ficar bem encostado da parede.
Assim sendo Lia logo vai correndo levando Rikku para lá.
— Onde estamos indo caipira? Por que você — antes que ele terminasse, Lia o prensa na parede, joga a cesta no chão colocando a sombrinha nas costas dela, para assim eles se protegerem da chuva.
Rikku vira uma maçã madura de tão vermelho. Lia fica tão vermelha quanto um pimentão. Mas ela não tem outra alternativa, a não ser ficar abraçada com Rikku nesse minúsculo espaço e esperar a chuva passar!


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 Ficarem abraçados na chuva dessa forma... O que será que Lia irá começar a sentir? Será que depois de tanta coisa que vem acontecendo, é uma boa ideia ficar cada vez mais tão próximo...?
 Esses capítulos seguintes estarão bem centralizados nos sentimentos e desesperos que a Lia vem sentindo. O capítulo 20 encerrará uma parte dentro de si, mas abrirá outra muito mais importante.
Obrigada por lerem mais esse capítulo!



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