segunda-feira, 28 de abril de 2014

Cap 24 - Quando meu coração chora.

 Como conseguir lhe dar com o passado? Ainda mais se for um passado dolorido e não tão distante? O certo seria encarar ou...? Ou simplesmente fugir de tudo?


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 "Lia não consegue deixar de reparar em como Rikku é branco. A pele dele é totalmente branca, tão branca que chega quase que brilhar com a luz do Sol.
 “Ri-chan é muito lindo e delicado. Eu queria poder tocar na pele dele...”
 Enfim todos entram no rio. A água está tão gelada, eles ficam um bom tempo brincando nela."

 Lia se sente um pouco cansada e resolve sentar nas grandes pedras que tem logo ali. Fica pensando nas coisas que aconteceram nesses últimos dias...
 “Como pode, em tão pouco tempo, ter acontecido tantas coisas? Tantas memórias que vão ficar para sempre guardadas no meu coração...” — Acaba por se sentir melancólica.
 Ela é despertada de seus pensamentos, com Rikku indo se sentar ao seu lado.
 “O cabelo dele está todo molhado... Cabelo tão lindo e comprido... Pele tão branca... Parece ser tão macia...” pensa inteiramente perturbada.
— O que você está olhando caipira? — Pergunta a olhando diretamente com as sobrancelhas curvadas. — Vou te denunciar por assédio. — Termina empinando o nariz.
 Lia ruboriza. — E-eu... Desculpe... E-eu só estava pensando...
 Ele volta a olhar para ela. — Pensando em que?
— B-bem... E-em como aconteceram tantas coisas nesses últimos dias e tal... — Fala timidamente.
— É verdade. Só de pensar que amanhã temos aula, e ainda temos que limpar os banheiros por um mês... — Ele bufa. — Pelo menos vou poder ver o Lain-sama de novo! — Olha para frente sorrindo.
 Lia sente um aperto em seu coração. “Lain-sama...”

— E ainda temos aquela peça constrangedora. Será que até a hora de voltarmos sua avó já terminou as roupas?
 “Meu peito dói... E-e-eu preciso me concentrar no Lain-sama. No Lain-sama!”
 Rikku fecha a cara, novamente Lia não está prestando atenção. Ele repara que os joelhos dela estão todos marcados. Os cortes cicatrizaram, mas ainda estão vermelhos... Então resolve acariciar os joelhos da mesma de leve.
 Lia toma um susto.
— Ri-R-Ri-chan! — Ela o olha com os olhos arregalados.
— Seus joelhos ainda doem?
— N-não m-muito... — Seu peito pulsa, seu coração parece querer saltar para fora.
— Hum... Você deveria prestar mais atenção quando alguém fala com você. — A repreende emburrado.
— D-desculpe...
— Eu te perdôo. — Responde com um sorriso que Lia acha muito meigo. — Mas que droga! Esse Sol está muito quente! — Reclama tocando nos braços de leve. — Minha pele está ardendo!
 Lia da um sorriso.
— Já que você está sorrindo da minha desgraça — ele desce das pedras, vai até as bolsas, pega uma garrafinha de protetor solar e volta para perto de Lia — será punida. — Termina sentando ao lado dela sorrindo.
 “Eh? P-punida?” começa a ficar apreensiva.
— Para com essa cara de idiota! Tó! — Rikku estende o braço dando o protetor a Lia.
 A garota fica hesitante, sem entender ao certo.
 Rikku da uma leve levantada e se aproxima mais de Lia. A olha de perto.
— Você é uma burra mesmo. — A provoca sorrindo. — Sua punição... Passar o protetor nas minhas costas.
 Lia cora mais do que o normal.
 “E-eu vou poder t-tocar a pele dele?”
 Rikku se senta de costas para ela.
 “E-eu vou ter um ‘troço’!” pensa desesperada.
 Suavemente ele segura seus cabelos os movendo para o lado, desvendando assim, mais nitidamente, sua nuca e costas pálidas.
 O coração de Lia está disparado. A garota sente como se fosse desmaiar.
— O que está esperando? — Pergunta de forma mais ríspida.
 Ela enfim toma coragem. Tira a tampa do potinho. Coloca um pouco do produto em suas mãos. Hesitante, de forma lenta toca suavemente as costas de Rikku.
 Lia pôde o sentir estremecer de leve.
 Segue passando, lentamente, o produto na pele macia dele. Realmente ela começa a se sentir estranha. Seu corpo está quente. Ter Rikku assim, em suas mãos, ainda mais depois de ter tomado consciência de que gosta dele... Ela sente como se fosse uma tortura. Uma tortura tão boa, que a faz desejar ficar assim para sempre.
— Esse biquíni ficou muito bom em você. — Rikku quebra o silencio com um comentário que faz Lia tremer.
— Ahn... O-obrigada... — Responde quase que sem ar.
— Eu te disse desde antes, coisas fofas realmente combinam com você. — Fala sabido.
 “Por que ele diz coisas assim? E-eu estou ficando estranha de novo...”
 Lia tira as mãos das costas dele.
— O que foi? — Ele a indaga virando o rosto um pouco para trás.
 Com seu coração atormentado, Lia apóia de leve sua cabeça nas costas dele. Sem encostar seu corpo. Apenas a testa encostada diretamente na pele dele, assim podendo sentir o doce cheiro de maçã verde.
— O-o que...? — Pergunta, corado.
— N-né... Ri-chan... — Novamente Lia tenta falar, mas o ar parece não querer ficar em seus pulmões.
 A garota da alguns instantes.
— V-você... Hum... V-você a-ama tanto assim o Lain-sama...? — Enfim consegue colocar para fora sua pergunta tão ousada.
— Que...?
— E-eu acho que eu não gos... — Tenta, por tudo, terminar sua frase, mas acaba impedida pelos outros, já fora do lago e vestidos, os chamando para voltarem.
 Lia se sentiu aliviada? Ou talvez frustrada, por não ter conseguido terminar? Ela fica se perguntando, enquanto volta para a casa de vó Zira. Tenta se acalmar ao máximo, aproveitando o vento, já gelado, que bate em seu rosto.
 Ao voltar, todos são surpreendidos com as roupas já prontas. Vó Zira realmente tem “dom” para isso, pois as roupas ficaram ótimas.
 Depois de tomarem um chá com bolo, com tudo pronto e arrumado em suas bolsas, enfim se despedem de vó Zira, para assim, voltarem para casa.
 Os gêmeos os levam até a estação. Lia fica apreensiva o tempo todo. Não quer ver sua família. Então reza mentalmente para conseguir entrar no trem o mais rápido possível. 
 Antes que o trem chegue, eles aproveitam para se despedir.
— Lia-chii vou sentir sua falta! — Tônia fala manhosa abraçando a amiga.
— Eu também... — Diz tristemente.
 Brenda da um leve abraço em Toni, depois gruda abraçando Tônia. — Foi muito bom ter te conhecido Tônia-chan!
— Brenda-chii venha nos visitar novamente!
 Toni vai próximo a Rikku. — Espero que cuide da Lia...
— Com certeza eu vou. — Responde sério.
 Toni se aproxima de Lia, chorando. — Vou sentir por demais sua falta! — A abraça com força.
 Assim que eles terminam, por coincidência o trem para. Os três pegam suas bolsas e começam a andar em direção ao trem.
— LIA! — Uma senhora não muito velha, surpreende a todos.
 Lia congela. Sente seu coração parar.
 “Não acredito!” pensa desesperada.
 Brenda já está praticamente dentro do trem, porém Rikku e Lia ainda estão mais para trás.
— Lia, espera! — A senhora começa a se aproximar.
 Rikku nota o espanto no rosto de Lia, repara que a garota está tremendo. Então rapidamente a pega pela mão e a puxa para dentro do trem.
 Tônia e Toni ficam olhando. A senhora vai rápido para perto do trem.
— LIA! — Berra novamente.
 Porém, antes da senhora conseguir se aproximar da porta, a mesma se fecha e o trem começa a andar lentamente.
 Lia fica estática, parada em pé, próxima a porta. Rikku ainda segura sua mão.
— LIA! LIA! LIIIIAAA! Liaaa... — Eles podem ouvi-la gritar e seguir o trem. Mas a senhora acaba ficando para trás quando o mesmo começa a ir mais rápido.
 Passam-se alguns minutos. Lia ainda está em pé tremendo, com sua mão sendo segurada por Rikku. Brenda está sentada, os olha preocupada em silêncio.
 O vagão está vazio. Ninguém subiu no trem além deles.
 Lia pode sentir o calor que passa da mão de Rikku para a dela. Ele a segura de uma forma tão mais forte... Tão mais forte de se segurar a mão de alguém.
— Era sua mãe...? — Rikku pergunta, preocupado.
 Lia não consegue responder.
 Sente uma grande tristeza invadir seu coração, querendo como uma tormenta, loucamente escapar para fora de si. A garota cerra os dentes, tentando segurar o choro. Mas isso é em vão, pois muitas lágrimas acabam brotando, como cachoeira de seus olhos.
 Não mais conseguindo se segurar, larga a bolsa no chão e puxa Rikku para perto dela. O puxa tão forte, que os dois quase caem, mas são impedidos pela porta.
 Pode-se ouvir o forte barulho das costas de Lia batendo na porta. Brenda fica preocupada, mas logo se volta a olhar para frente.
 A porta encostada em suas costas é tão fria. Tão fria quanto à tristeza em seu coração, mas... Poder ter o calor de Rikku a sua frente... A abraçando de forma tão carinhosa e forte... Faz Lia perder o controle de si.
 Não aguenta e acaba liberando a grande angustia em seu coração. Com seu rosto no peito de Rikku, acaba por chorar o mais alto que pode. 

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 Olá, tudo bem pessoal? Espero que tenham gostado desse capítulo!
 Enfim Lia viu sua mãe por alguns instantes, do jeito que ela ficou, está claro que isso a fez sofrer muito... Eu não quero mexer muito com o passado dela por agora, esse será um tema que pretendo colocar lá para o final da fic. Final esse que, se tudo der certo, ainda está super longe de chegar!
 Como é bom poder chorar nos braços de quem a gente ama não é? Será que esse abraço vai mexer mais e mais com nossa pobre protagonista?

 Bom, é isso aê. Muito obrigada por continuarem acompanhando My Beloved Prince! Espero que voltem para ler o próximo capítulo, até mais! >_~*

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